Saiba como negociar dívida do cartão de crédito

Você está tendo dificuldades para pagar a sua fatura de cartão de crédito? Você não está sozinho: 96% dos consumidores brasileiros não têm conhecimento das taxas de juros aplicadas no cartão de crédito, segundo uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), realizada em maio de 2015. Esse desconhecimento pode causar o endividamento, além de frustrar planos futuros. É por isso que saber negociar dívida pode ajudar a melhorar sua vida financeira.

O que fazer para negociar dívida

Segundo o educador financeiro Sílvio Bianchi, para negociar dívida é preciso tomar duas medidas: uma para poder pagar a fatura do cartão e outra necessária para diminuir o total de gastos mensais para equilibrar o orçamento.

Publicada no dia 13 de julho, uma Medida Provisória pode ajudar a cumprir a primeira delas. De acordo com o texto, que já vale a partir da publicação, o trabalhador pode destinar até 5% do seu salário, no regime de crédito consignado, para pagar dívidas com o cartão de crédito.

Bianchi considera-a uma alternativa interessante, pois a taxa de juros será mais baixa. No entanto, a medida também requer uma redução na utilização do cartão de crédito, em conjunto com a diminuição do consumo de bens supérfluos e do desperdiço. “Caso contrário, contará com um salário menor para enfrentar o mesmo nível de gastos”, afirma.

Assim, para equilibrar o orçamento, comprometer 5% do salário no pagamento de dívidas , mesmo com juros mais baixos, pode prejudicar seus planos futuros, como uma eventual viagem de estudos, por exemplo. Além disso, o fato de não poder pagar mais a fatura do cartão, demonstra que o seus gastos mensais são superiores aos ganhos líquidos.

“Portanto, para realizar a segunda medida, é preciso conhecer quais são os ganhos líquidos mensais e em que se gastam. Para isso, fazer um apontamento das despesas por 30 dias, classificando-as por categorias (aluguel, água, eletricidade, gás, alimentação, transporte, educação, etc.), irá ajudar no seu equilíbrio orçamentário”, aconselha Biachi.

Após este controle, é possível identificar as despesas supérfluas, o desperdício e, na medida do possível, eliminar estas despesas. Assim, o seu orçamento irá entrar em equilíbrio, e você pode utilizar esse dinheiro poupado para renegociar qualquer outra dívida.

Empréstimos podem ajudar a negociar dívida

As vezes, mesmo com um planejamento financeiro e um equilíbrio orçamentário, não se consegue quitar a dívida. Em situações com essas, de acordo com Biachi, pode ser necessário contrair um empréstimo com juros mais baixos para pagar a dívida.

“Os empréstimos mais convenientes, em ordem crescente de taxa de juros são: crédito consignado, crédito pessoal, crédito utilizando um bem como garantia e cheque especial. Este último, apesar de mais barato que os juros do cartão de crédito, não é recomendado”,  informa.

Na hora de escolher fazer um empréstimo, é importante saber se essa nova parcela caberá dentro do orçamento durante todo o período de pagamento. Além disso, o educador financeiro aconselha a criação de uma reserva para contingências, e, assim, evitar o aumento das dívidas.